Breve Introdução

A Engenharia Biomédica (EBM) é uma área da engenharia onde se utilizam as ferramentas teóricas e experimentais da engenharia para analisar e resolver os problemas complexos da área da saúde, com destaque para as aplicações em medicina, na biologia, na psicologia e até nas
 
ciências sociais. O Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica, coordenado pelo Departamento de Bioengenharia do IST, funciona em parceria com a Faculdade de Medicina de Lisboa e recebe contribuições da maioria dos outros departamentos do IST. Trata-se portanto de um curso fortemente interdisciplinar onde se abordam tópicos típicos da medicina e da biologia, tal como Anatomia, Fisiologia e Bioquímica e Biologia Molecular em conjunto com os assuntos tradicionais das engenharias e das ciências da computação, tais como Ciência dos Biomateriais, Imagiologia Médica e Aprendizagem Automática. Os problemas típicos abordados neste curso são tão variados e abrangentes como o movimento das células, a fisiologia do sistema nervoso e a forma como a sua actividade eléctrica e metabólica pode ser observada e medida, os mecanismos da contração muscular, a biocompatibilidade dos materiais e a forma como podem ser usados no desenho de implantes, a engenharia genética e a regeneração de tecidos, a reconstrução de imagem médica e biológica, toda a problemática de análise dados nas neurociências e a manipulação de dados médicos sensíveis em bases de dados com utilização na gestão de unidades hospitalares ou em problemas de apoio à decisão.

Estrutura 

O Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica (MEBiom) é constituído por dois ciclos. O 1º ciclo consiste numa formação geral em ciências de engenharia e ciências biomédicas. A leccionação a todos os alunos do MEBiom de matérias em Matemática, Física, Química, Biologia, Electrónica, Informática, Mecânica, Gestão, Ciências de Engenharia e Ciências Médicas dá-lhes uma formação geral de espectro largo imprescindível na abordagem de problemas multidisciplinares que terão de resolver aquando da sua imersão no mercado de trabalho.

Desde o ano letivo de 2013/2014, o 2º ciclo do MEBiom passou a ser constituído por um conjunto de 10 unidades curriculares obrigatórias, que fornecem uma formação abrangente nas várias áreas da Engenharia Biomédica, uma dissertação de mestrado e um conjunto de disciplinas agrupadas em perfis, a escolher pelos estudantes, que lhes dão uma formação especializada em áreas  específicas da Engenharia Biomédica. Os perfis são:


  1. Imagiologia, Biossinais e Instrumentação Biomédica

  2. Bioengenharia Molecular e Celular, Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa

  3. Biomecânica e Dispositivos Biomédicos

  4. Engenharia Clínica

De entre as 10 disciplinas do tronco comum destaca-se a disciplina de Projecto onde os estudantes simulam a resolução de um problema real onde têm que usar a generalidade das valências técnicas e científicas que adquiriram ao longo da sua formação.

Numa perspectiva mais ligada à investigação destaca-se a disciplina de Neuroengenharia onde se pretende dar uma visão alargada e multidisciplinar da engenharia e da biomedicina em torno da temática das neuro-ciências, uma área muito actual e muito activa. Neste contexto é com alguma naturalidade que convivem tópicos de neurofisiologia, medicina regenerativa, processamento e aquisição de sinal, estimação e aprendizagem automática, nanotecnologias, electrofisiologia, reabilitação, psicologia e psiquiatria e mesmo ciências sociais. Esta disciplina é coordenada pelo DBE mas participam na sua leccionação quase todos os departamentos do IST,  docentes da Faculdade de Medicina e da Fundação Champalimaud.


Historial

O desenvolvimento e operação dos equipamentos altamente sofisticados utilizados no diagnóstico, terapêutica ou investigação fundamental em saúde requer cada vez mais engenheiros de espectro largo e formação sólida de alto nível em termos técnicos e científicos, nas áreas das engenharia, da medicina e da biologia.

A incorporação destes engenheiros em equipas interdisciplinares envolvidas no desenho, desenvolvimento e operação desses equipamentos e das tecnologias biomédicas do futuro exige uma capacidade de diálogo e de entendimento de outras linguagens especialmente apurada e uma compreensão profunda dos problemas médicos subjacentes.

Neste contexto foi decidida a criação de um programa de estudos para formar engenheiros com estas valências envolvendo duas das mais prestigiadas escolas nacionais nas áreas da medicina e da engenharia; a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e o Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, respectivamente.

O Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica foi criado em 2001 sob coordenação  do departamento de Física do IST e em colaboração com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Trata-se de um programa multidisciplinar transversal cobrindo uma vasta gama de áreas desde a Física, Matemática e Química até vários ramos da Engenharia, da Medicina e das Ciências Biológicas.

Em 2011 a coordenação do curso passou formalmente para o recém criado departamento de Bioengenharia (DBE). A coordenação executiva está a cargo do DBE mas a coordenação estratégica continua a ser assegurada por uma comissão de acompanhamento alargada com elementos da Faculdade de Medicina e de quase todos os outros departamentos do IST.

O curso de Engenharia Biomédica, desde o seu início, potenciou o desenvolvimento de inúmeras colaborações entre vários grupos e investigadores do IST e da Faculdade de Medicina ao nível de orientações de teses de Mestrado e de Doutoramento.  Na sequência destas colaborações e projectos de investigação foi criado em 2006 o programa doutoral em engenharia biomédica com vista à criação do 3º ciclo de estudos avançados complementando os 1º e 2º ciclos que entretanto já tinham amadurecido e a funcionar em pleno.

A fusão entre a Universidade Técnica de Lisboa e a Universidade de Lisboa, ocorrida em 2012,  veio reforçar de um ponto de vista institucional as parcerias de longa data entre as duas escolas já ancoradas no mestrado integrado e no programa doutoral em Engenharia Biomédica.

Objectivos

O ensino da Engenharia Biomédica (EBM) no IST tem como objectivo dar uma formação de relevo e preparação para o espaço que no século XXI se abre aos investimentos em ciências e tecnologias da saúde e da vida. A ligação entre Engenharia e Medicina promovida pela formação em Engenharia Biomédica no IST permite integrar aspectos fundamentais e aplicações concretas da engenharia nos meios de investigação, diagnóstico e terapia das ciências médicas. Dado que a resolução de problemas de Engenharia Biomédica exige com frequência competências baseadas em conhecimentos multidisciplinares e de fronteira entre disciplinas diferentes, o ensino da Engenharia Biomédica no IST fornece uma formação rigorosa em Matemática, Computação, Física e Química e ao mesmo tempo em Biologia, Bioquímica, Medicina e Engenharia.

Os objectivos principais deste programa de ensino são os de, por um lado, fornecer as valências necessárias ao mercado de trabalho em ambiente industrial e hospitalar e por outro a solidez teórica, técnica e científica necessária ao desenvolvimento de trabalho de investigação e de desenvolvimento que parte dos alunos seguirão.

Destinatários

O mestrado integrado em Engenharia Biomédica (MEBiom) destina-se a alunos com forte interesse e formação nas áreas científicas da Engenharia, designadamente  em física e matemática, mas também em medicina e biologia. O curso dá uma formação avançada de espectro largo e com uma forte natureza interdisciplinar. Esta natureza abre aos alunos deste mestrado oportunidades muito variadas no mercado de trabalho que vão desde a indústria farmacêutica à dos dispositivos médicos, do trabalho técnico em instalações clínicas e hospitalares, no suporte à operação dos equipamentos altamente sofisticados de diagnóstico e terapia. Pela sua sólida formação científica,  estes estudantes optam frequentemente pela carreira de investigação nas áreas da imagiologia médica, nanotecnologias, biomecânica, processamento e aquisição de sinal biomédico, regeneração de tecidos e imagem biológica. Aliás, a sua visão abrangente é particularmente apreciada em centros de investigação de excelência nas áreas da medicina e da biologia, pois a sua formação abrangente e polivalente permite-lhes compreender os problemas investigados e contribuir de forma efetiva e criativa para a sua resolução com a perspectiva objectiva e rigorosa que a sua formação em engenharia lhes deu.

Saídas Profissionais

Os engenheiros biomédicos podem trabalhar em universidades, na indústria, em hospitais e em agências governamentais de regulação dos sistemas de saúde. Nestas últimas instituições têm em geral uma função de coordenação ou de interface entre os campos da engenharia e da medicina. São responsáveis por testes sobre qualidade e estabelecem critérios de segurança e de avaliação. Exercem funções de consultoria visando a selecção e a utilização de equipamento médico, e supervisionam o seu desempenho e manutenção. Podem ainda customizar e desenvolver equipamento para cuidados de saúde e investigação.

Nas unidades de investigação, participam directamente nas actividades de colaboração com médicos, em temas ligados à fisiologia, à imagiologia, aos biomateriais e à regeneração de tecidos e também à gestão em saúde. O envolvimento destes engenheiros em projetos de biomecânica, designadamente no desenho e desenvolvimento de novas tecnologias de próteses e exoesqueletos é também da maior importância.  

Neste contexto destaca-se o seu papel muito relevante na operação dos equipamentos de imagiologia médica em clínicas e hospitais, designadamente, nos equipamentos de ressonância magnética, tomografia computadorizada e imagiologia nuclear.

Na indústria, os engenheiros biomédicos criam projectos exigentes de um conhecimento profundo sobre os sistemas vivos e a tecnologia, e participam na concepção e teste de novos produtos.


E o Futuro?

A facilidade de  colocação no mercado de trabalho é um dos factores privilegiados pelos candidatos quando consideram as opções de ingresso no Ensino Superior, nomeadamente o ingresso no Mestrado em Engenharia Biomédica.

O IST criou  uma estrutura de observação regular da situação de emprego dos graduados do IST e respectiva divulgação, o  OEIST (Observatório de Empregabilidade do Instituto Superior Técnico).

Em última instância, o OEIST pretende promover a empregabilidade dos diplomados através da sistematização e análise de toda a informação que directa ou indirectamente tenha ligação com o percurso dos graduados. Todo este processo vai materializar-se na constituição de uma bateria de informação actualizada anualmente, que permitirá a elaboração de séries de dados recorrentes mais fiáveis.


Mais informação em  OEIST.

Publicações Oficiais

2024-03-15 (Extinção do CE) Despacho n.º 2825/2024, DR n.º 54, II Série, de 15/03
2018-10-19 Despacho n.º 9836/2018, DR n.º 202, II Série, de 19/10, Pág. 28208 a 28214 Área de Especialização em Imagiologia, Biossinais e Instrumentação Biomédica, Área de Especialização em Bioengenharia Molecular e Celular, Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, Área de Especialização em Biomecânica e Dispositivos Biomédicos, Área de Especialização em Engenharia Clínica
2018-07-03 [DGES] Registo de alteração n.º R/A -Ef 2177/2011/AL03
2017-04-07 Despacho n.º 2949/2017, DR n.º 70, II Série, de 07/04, Pág. 6645 a 6651 Área de Especialização em Imagiologia, Biossinais e Instrumentação Biomédica, Área de Especialização em Bioengenharia Molecular e Celular, Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, Área de Especialização em Biomecânica e Dispositivos Biomédicos, Área de Especialização em Engenharia Clínica
2016-10-10 [DGES] Registo de alteração n.º R/A -Ef 2177/2011/AL02
2016-02-16 [A3ES] Processo n.º ACEF/1314/0306847 | Decisão do CA (acreditado por 6 anos)
2015-02-10 Despacho n.º 1392/2015, DR n.º 28, II Série, de 10/02, Pág. 3809 a 3815 Área de Especialização em Imagiologia, Biossinais e Instrumentação Biomédica, Área de Especialização em Bioengenharia Molecular e Celular, Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, Área de Especialização em Biomecânica e Dispositivos Biomédicos, Área de Especialização em Engenharia Clínica
2015-01-05 [DGES] Registo de alteração n.º R/A -Ef 2177/2011/AL01
2013-12-27 [A3ES] Processo n.º ACEF/1314/0306847 | Guião para a auto-avaliação
2013-08-02 Despacho n.º 10214/2013, DR n.º 148, II Série, de 02/08, Pág. 24327 a 24334 Área de Especialização em Imagiologia, Biossinais e Instrumentação Biomédica, Área de Especialização em Bioengenharia Molecular e Celular, Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, Área de Especialização em Biomecânica e Dispositivos Biomédicos, Área de Especialização em Engenharia Clínica
2012-04-18 Despacho n.º 5329/2012, DR n.º 77, II Série, de 18/04, Pág. 14037 a 14042
2011-12-12 [A3ES] Processo n.º CEF/0910/06847 | Decisão do CA (acreditado preliminarmente)
2011-03-18 [DGES] Registo inicial n.º R/A-Ef 2177/2011
2011-01-28 Despacho n.º 2171/2011, DR n.º 20, II Série, de 28/01, Pág. 5778 a 5781
2010-03-26 [A3ES] Processo n.º CEF/0910/06847 | Caracterização do ciclo de estudos
2008-09-30 Despacho n.º 24505/2008, DR n.º 189, II Série, de 30/09, Pág. 40780 a 40786
2007-02-05 Despacho n.º 1903/2007, DR n.º 25, II Série, de 05/02, Pág. 3057 a 3064
2006-06-27 [DGES] Registo de adequação n.º R/B — AD-619/2006

Coordenadores

2020/2021
Cláudia Lobato da Silva
claudia_lobato@tecnico.ulisboa.pt
João Miguel Sanches
jmrs@tecnico.ulisboa.pt

A informação contida nesta página é da responsabilidade da equipa de coordenação do curso.