O paradigma está a mudar! No século XXI os computadores estão cada vez mais pequenos e a nossa relação com eles é cada vez mais pessoal e próxima. Os "wearables" estão aí! 

Pretendendo ser um dos primeiros nesse mercado, o seu chefe incumbiu-o do desenvolvimento de um novo dispositivo, o iRave. O iRave vai ser um "wearable" para usar no pulso, como um smartwatch. Vai prestar informações e serviços úteis num festival de vários dias (Rock In Rio, Sudoeste, etc.). É dado na compra de um bilhete e é pessoal e intransmissível. 

Em que palco tocam os Metallica? Será que o meu ritmo cardíaco está muito acelerado e é melhor não fazer "bungee jumping"? Qual a altura da parede de rappel? Posso pedir já aqui uma cerveja no bar do fundo para ir levantar daqui a cinco minutos? Ou será melhor não beber mais porque estou quase acima do limite de alcoolemia? Onde está o meu amigo Manuel? Consigo reservar três lugares juntos em frente ao palco principal para o concerto das 20:00? Com o iRave já consigo! 

Foram impostas, no entanto, algumas restrições ao iRave: tem um ecrã pequeno, com 1.5’’ (máximo), que pode ou não ser táctil e ter um máximo de quatro botões. Outras formas de interação por hardware podem ser consideradas justificadamente: scrollwheels, fitas condutivas (funciona para introduzir valores numa escala contínua), etc. Um botão não tem que ser apenas um pedaço de plástico sobre uma mola. Sejam inventivos! Tem que ser usado confortavelmente no pulso. De resto, têm toda a liberdade para escolher a forma, disposição dos botões, tipo dos mesmos (rotativos, de pressão, etc.) e quaisquer outros sensores que façam sentido (ritmo cardíaco, glicemia, álcool, GPS, microfone, oxigenação do sangue, NFC, etc.). 

A bateria não é problema: é entregue carregado e dura os dias do festival. 

Sejam criativos, pensem em cenários inovadores. Lembrem-se que certos desenhos de ecrã não se vêem bem ao Sol, que quem já bebeu um pouco não consegue acertar em alvos pequenos, e que as pessoas com óculos também vão a concertos. 

Boa sorte!