Historial

Para responder à necessidade da formação de nível superior neste domínio, o IST criou em 1981 aquela que então se designou Licenciatura em Engenharia Naval, ainda hoje a única existente no país.

A profissão do engenheiro naval tem evoluído bastante. Do objectivo inicial, mais restrito, de projectar e construir navios, passou-se para uma actividade de carácter mais amplo, como a seguir se descreve.

A variedade de tipos de navios que foram aparecendo para dar resposta aos requisitos de transporte marítimo e de velocidade, bem como o importante desenvolvimento das plataformas fixas, flutuantes e semi-submersíveis que servem de base à exploração dos recursos oceânicos e costeiros, dão bem ideia do desenvolvimento desta área.

A capacidade de concepção e construção de um conjunto tão diverso de veículos, bem como as necessidades de automação da produção, levaram à introdução da componente informática na actividade do engenheiro naval, uma área que lhe abre perspectivas de trabalho noutros domínios da engenharia.

Por outro lado, os importantes desenvolvimentos nos conceitos e métodos de planeamento, bem como o desenvolvimento das comunicações e informática, levam a que o engenheiro naval cada vez mais se envolva em aspectos da operação da frota e da interface portuária que relaciona este com os outros meios de transporte.

Para adequar o conteúdo da licenciatura a esta importante evolução, foi feita uma restruturação curricular que entrou em vigor no ano lectivo de 1999/2000 e que criou três ramos na Licenciatura: Projecto e Construção Naval, Transportes Marítimos e Portos e Máquinas e Sistemas Marítimos.

Objectivos

O engenheiro naval tem como actividade principal as obras de engenharia que se destinam a explorar as potencialidades do mar. Apesar de o instrumento fundamental da exploração do mar ser o navio de superfície, existem outras variantes igualmente importantes, como os submarinos e submersíveis em geral, bem como as plataformas flutuantes e fixas que se encontram nas zonas portuárias ou fora da costa, e ainda as embarcações de recreio e desporto náutico.

O engenheiro naval dedica-se a todas as fases da vida dos veículos e plataformas destinados ao transporte marítimo, à exploração dos recursos marinhos e as actividades de recreio, desde a fase de concepção e projecto, à de construção e respectiva fiscalização, passando pela inspecção, manutenção e reparação. Estão ainda incluídas as tarefas de planeamento e gestão das operações marítimas e portuárias.

Para poder prever as condições em que as operações marítimas se vão desenvolver, o engenheiro naval tem de utilizar conhecimentos de oceanografia. Este aspecto é crucial não só para o conforto dos passageiros, mas também para garantir a segurança marítima em geral, onde se inclui a protecção do meio ambiente. A exploração dos recursos vivos do mar leva também a preocupações com a gestão da zona costeira e com as metodologias de prevenção e combate à poluição marítima.

A Licenciatura em Engenharia e Arquitectura Naval pretende dar a formação académica necessária ao desempenho de todas estas funções. Assim, e para além de uma sólida formação de base em Matemática, Física e nos aspectos fundamentais da Engenharia, a licenciatura tem também uma importante componente de Arquitectura Naval. Permite, além disso, a especialização em Projecto e Construção Naval ou Transportes Marítimos e Portos.

A Licenciatura vem tendo o apoio de diversos Estaleiros Navais e Armadores, que oferecem bolsas de estudo aos alunos com melhores notas de ingresso. Com este apoio as referidas instituições pretendem minorar a escassez de técnicos qualificados, absolutamente necessários pela acelerada evolução tecnológica das indústrias e serviços marítimos, já que, dada a nossa localização geográfica e a extensão da nossa costa marítima, nos encontramos numa zona privilegiada da Europa.

Saídas Profissionais

Dado que o numerus clausus desta licenciatura tem sido relativamente baixo e que só há em Portugal um curso universitário desta especialidade, o mercado de trabalho tem registado uma significativa procura deste tipo de engenheiros, procurando substituir gradualmente os quadros antigos das empresas, que tinham de se adaptar de outras especialidades, por engenheiros com formação específica em engenharia naval, com vantagens evidentes para as empresas do sector, pela diminuição dos tempos de estágio e adaptação.

As áreas tradicionais de emprego são os Estaleiros Navais (23%), Empresas de Certificação, Qualidade e Segurança (15%), Empresas Armadoras (6%), Empresas de Serviços e Consultoria em Engenharia (20%), Organismos do Estado (7%), Empresas Técnico-Comerciais, Investigação e Docência (10%). As indústrias mais relacionadas são a construção e reparação naval, pescas e transportes marítimos (5%).

Para além destas áreas tradicionais directamente ligadas com o sector naval, alguns Licenciados (15%) têm procurado empresas de serviços, de consultoria e mesmo empresas industriais de outros sectores afins onde facilmente encontram emprego.

Coordenadores

2007/2008
Carlos Guedes Soares
c.guedes.soares@centec.tecnico.ulisboa.pt
José Alberto Caiado Falcão de Campos
falcao.campos@tecnico.ulisboa.pt

A informação contida nesta página é da responsabilidade da equipa de coordenação do curso.