Plano Curricular

LEEC 2003 desde 2003

A LEEC visa proporcionar aos alunos uma formação de qualidade em Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Tem a duração de cinco anos lectivos (tipicamente cinco disciplinas por semestre nos primeiros dois anos e quatro nos restantes) e está organizada num sistema de unidades de crédito. O número mínimo de Unidades de Crédito necessário para a obtenção da licenciatura é 176.

A LEEC proporciona uma sólida formação nas Ciências Básicas da Engenharia e da Engenharia Electrotécnica através de um conjunto de 27 disciplinas (108 créditos) que constituem um ?tronco comum?. A especialização é obtida através de um conjunto de 10 disciplinas (40 créditos) organizadas em Áreas de Especialização formando um todo cientificamente coerente e de um conjunto de 3 disciplinas (12 créditos) que constituem Área Secundárias. Finalmente os alunos terão de realizar o Trabalho Final de Curso, disciplina que se pretende integradora dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Os alunos deverão ainda realizar uma disciplina de formação ?livre?. Esta disciplina pode fazer parte do curriculum da LEEC ou de outra Licenciatura do IST (necessitando para o efeito da aprovação da Coordenação da Licenciatura). A cada disciplina do curso corresponde 4 créditos, excepto à disciplina de Trabalho Final de Curso que corresponde a 12 créditos.

Para cada aluno, a Área Secundária é obrigatoriamente distinta da Área de Especialização e os respectivos créditos deverão ser obtidos em disciplinas distintas das que constituem a sua Área de Especialização.

A formação de base ocupa um pouco mais que os primeiros 5 semestres do curso. A partir do 6º semestre, 2º semestre do 3º ano, o aluno deve optar por uma dada Área de Especialização. Neste âmbito, a escolha de disciplinas (organizadas em grupos de determinadas áreas científicas) está condicionada pelo número de créditos que deverá completar em cada área científica e pelas precedências que eventualmente possam existir entre disciplinas. O conceito de ano curricular esbate-se.

Distribuição de Créditos no Curriculum da LEEC

Grupo N.º de créditos (disciplinas)
Bases de Engenharia 52 (13)
Bases de Eng. Electrotécnica e de Computadores 56 (14)
Área de Especialização 40 (10)
Área Secundária 12 (3)
Trabalho Final de Curso 12 (3)
Formação Livre 4 (1)
Total 176 (44)

Áreas de Especialização e Secundárias

Existem cinco Áreas de Especialização (AE): Computadores; Energia; Sistemas de Decisão e Controlo; Sistemas Electrónicos; e Telecomunicações.

Qualquer destas áreas constitui também uma Área Secundária (AS).

Além destas Áreas Secundárias, existe ainda, a partir de 2007/2008, a Área Secundária de Biologia Computacional.

Área de Especialização: "Computadores"

A actualidade desta área de especialização é indiscutível. Através da escolha desta área, a sólida formação de base em engenharia electrotécnica adquirida durante os três primeiros anos do curso pode ser complementada com tópicos avançados de arquitectura de computadores, metodologias de programação, redes de comunicações, sistemas multimédia, aprendizagem automática e electrónica de sistemas computacionais.

Área de Especialização: "Energia"

A produção, transporte, distribuição, processamento e utilização da energia eléctrica, continua a ser hoje uma das áreas mais relevantes da engenharia electrotécnica. Sem um fornecimento seguro, fiável e económico desta forma de energia, a sociedade moderna ficaria incapacitada.

O Sistema de Energia Eléctrica-compreendendo as centrais eléctricas, as redes e as cargas - com dimensão à escala continental, resultante da interligação entre os sistemas nacionais - constitui um dos mais complexos sistemas jamais concebidos por cientistas e engenheiros. Esta área de especialização abrange a conversão electromecânica de energia, a produção convencional e descentralizada, o transporte e distribuição em (muito) alta, média e baixa tensão, a análise de redes e sistemas de energia, as máquinas eléctricas, a electrónica industrial e de energia, o controlo dos sistemas e dos accionamentos, a protecção e automação dos equipamentos e instalações, e a qualidade da energia eléctrica.

A reestruturação que em todo o mundo se tem vindo a operar no sector eléctrico-tradicionalmente assente em monopólios naturais - visando a criação de um ambiente mais competitivo - bem como os progressos no uso da energia eléctrica - na indústria, nos serviços, nos transportes e nas residências - permite antever um crescimento sustentado das oportunidades profissionais para os licenciados que optem por esta área de especialização.

Área de Especialização: "Sistemas, Decisão e Controlo"

Num sistema de decisão e controlo os dados recolhidos sobre um determinado processo (ângulos das juntas num braço robot, temperaturas numa caldeira, carros por hora num ponto da auto-estrada) são tratados por forma a serem tomadas decisões. Por exemplo, observando o trãnsito numa auto-estrada podemos querer decidir se ele segue um padrão normal ou se há variações devidas a um acidente. Isto implica o processamento por computador de imagens recolhidas por câmaras e ainda o reconhecimento automático de padrões do trânsito (anormalmente fraco ou forte, veículos muito juntos, etc.). Um outro exemplo é controlo da temperatura numa caldeira. Através de sucessivas medidas de temperatura, um computador pode efectuar cálculos para decidir se certas válvulas devem ser mais ou menos abertas por forma a que a temperatura se mantenha no valor desejado.

O domínio das técnicas da Engenharia dos Sistemas de Decisão e Controlo é uma condição indispensável para a modernização da Indústria. Para intervir, à escala nacional, num ambiente industrial caracterizado por uma sofisticação crescente, é fundamental preparar, com tempo, recursos humanos capazes de tornar essa intervenção eficaz em domínios tão diversos como as engenharias, a medicina, o controlo e gestão da produção, o ambiente, etc.. Os alunos desta área têm uma formação marcadamente interdisciplinar e são confrontados com aplicações que incluem: sistemas para controlo de processos e sistemas industriais; manipuladores robóticos e robots autónomos (para ambientes fabris ou em tarefas de prospecção, inspecção e manutenção em ambientes terrestres, submarinos ou aéreos); sistemas de automação; sistemas de visão artificial; biomedicina e bioengenharia; controlo em tempo real de sistemas complexos; etc.

Área de Especialização: "Sistemas Electrónicos"

O objectivo da especialização em Sistemas Electrónicos é a formação de profissionais com qualificação superior dotados de capacidades para intervir, de forma inovadora, na introdução e acompanhamento das novas tecnologias de realização de sistemas electrónicos na indústria nacional. As áreas de actuação do Engenheiro desta especialidade, são a concepção, projecto e realização de circuitos e sistemas electrónicos para aplicação em campos muito diversificados de Engenharia.

Área de Especialização: "Telecomunicações"

Estudam-se, na área de especialização em Telecomunicações, as bases científicas dos sistemas de comunicação e das técnicas de desenvolvimento, projecto e realização desses sistemas. Entre as matérias ministradas, destaca-se a atenção dispensada às modernas técnicas digitais, que permitem integrar numa mesma rede os serviços de telecomunicações convencionais e as aplicações de natureza informática.

Existe actualmente, em Portugal, um conjunto significativo de empresas que actuam na área das Telecomunicações. Essa actuação verifica-se em diferentes níveis: projecto, concepção e produção de equipamentos; infra-estruturas para disponibilização de serviços; desenvolvimento e fornecimento de serviços. Desta situação, à qual se acresce o rápido desenvolvimento das tecnologias da informação, resultam inúmeras oportunidades de trabalho para alunos com os conhecimentos apropriados, tanto ao nível dessas empresas, como nas possibilidades de empreendorismo, que se abrem na criação de novos projectos empresariais baseados numa forte componente de inovação.

Área Secundária de "Biologia Computacional"

A Biologia Computacional e a Bioinformática constituem o campo da Ciência no qual Biologia, Ciência da Computação e Estatística se fundem numa única disciplina. Pretende-se com esta fusão de conhecimentos facilitar a descoberta de novas perspectivas biológicas e criar uma perspectiva global da qual possam surgir princípios inovadores em biologia. A importância deste novo campo de conhecimentos foi reconhecida nos últimos anos por muitas indústrias. Em consequência, têm sido estabelecidos Grupos de Investigação e Desenvolvimento de dimensões consideráveis em muitas companhias farmacêuticas e outras que lidam com dados biológicos. Neste cenário, estar familiarizado com ferramentas computacionais, algoritmos e métodos colocará o engenheiro em boa posição neste mercado de trabalho. As disciplinas que constituem esta área secundária visam conferir este tipo de competências.


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