22ª Aula - Revisão e continuação da prova de imagens de circunferências com centro em 0 em ℝ2 por transformações lineares em ℝ2 invertíveis são elipses ou circunferências com cenro em 0. Prova que L(V,W) é espaço linear. Prova que composições de transformações lineares, quando possíveis, são transformações lineares. Potências inteiras positivas ou 0 de transformação linear num espaço linear e potências inteiras no caso da transformação linear ser invertível. Representações matriciais da composição de transformações lineares entre espaços de dimensão finita.

29 outubro 2019, 10:00 Luis Magalhães

Proposição: Se T∈L(ℝ2,ℝ2) a imagem de um circunferência com centro em 0 por T é uma elipse ou uma circunferência con centro em 0 se T é invertível, e é 0 ou um segmento de recta com ponto médio em 0 se T não é invertível, conforme rank A=0 ou rank A=1, em que A é a representação matricial de T numa base de ℝ2.
(continuação da dem.) A=[aij] representação matricial de T na base canónica, B=(A -1) tA -1=[b ij], a imagem da circunferência com centro 0 e raio r é b 11X 2+2b 12XY+b 22Y 2=r 2, em que b 11=(a 11) 2+(a 21) 2≥0 , b 22=(a 12) 2+(a 22) 2≥0 , b 12=a 11a 12+a 21a 22. Falta o caso b 12≠0 . Convém mudar de base para diagonalizar B . Valores próprios  λ1, λ 2 são as soluções de λ 2-(b 11+b 22)λ+b 11b 22-(b 12) 2=0. (b 11+b 22) 2-4[b 11b 22-(b 12) 2]=(b 11-b 22) 2+(b 12) 2>0. Logo  λ 1≠λ 2 são reais. Nas coordenadas (X',Y') numa base ( v 1, v 2) de vectores próprios de B associados aos valores próprios, resp., λ 1, λ 2, a equação da imagem da circunferência com centro 0 e raio r é λ 1(X') 22(Y') 2=r 2. Esta equação é de uma elipse ou circunferência com centro em 0 se λ 12>0 e v 1v 2. Como λ 12=b 11+b 22≥0 e λ 1λ 2=b 11b 22-(b 12) 2= [(a 11) 2+(a 21) 2] [(a 12) 2+(a 22) 2]-[a 11a 12+a 21a 22] 2= [a 11a 22-a 21a 22] 2> 0 (porque A é não singular), é λ 12>0 . Pode-se escolher v 1=(b 121-b 11) e v 2=(b 122-b 11) . Os declives das rectas passam nestes pontos e em (0,0) são m 1=(λ 1-b 11)/b 12 e m 2=(λ 2-b 11)/b 12 . m 1m 2=(λ 1-b 11)(λ 2-b 11)/(b 12) 2=[λ 1λ 2-(λ 12)b 11+(b 11) 2]/(b 12) 2=[b 11b 22-(b 12) 2-(b 11+b 22)b 11+(b 11) 2]/(b 12) 2=-1 ; logo m 1m 2=-1 e, portanto, v 1v 2.

Observação: Com este resultado tem-se uma noção geométrica clara do que podem ser as deformações do plano ℝ2 por uma transformação linear.

Proposição: Se V e W são espaços lineares com os mesmos escalares, L(V,W) é um espaço linear com os mesmos escalares e as operações usuais com transformações lineares definidas ponto a ponto.
V e WV é espaço linear porque  WV=Xa∈VXa com Xa=W. A função 0 de V em W é transformação linear e é fácil verificar que 0∈L(V,W) e as propriedades de fecho da adição e da multiplicação por escalares..

Proposição: Se U,V,W são espaços lineares com os mesmos escalares, T∈L(U,V), S∈L(V,W)  ⇒ TS∈L(U,W) 

Definição de potências inteiras positivas Tm de T∈L(V,V) . Satisfazem Tm+n=TmTn para m,n∈ℕ∪{0} , com T0=1V. Se T é invertível define-se T-m=(T-1)m, logo potências inteiras positivas ou negativas e também Tm+n=TmTn para m,n∈ℤ .

Proposição: Se U,V,W são espaços lineares com os mesmos escalares de dimensão finita, T∈L(U,V), S∈L(V,W)  e M(T), M(S), M(ST) são as representações matriciais de, resp., T, S, ST em bases ordenadas, uma fixada em cada U,V,W, é M(ST)=M(S) M(T) .