Breve Introdução

A estrutura do curso baseia-se no sistema de créditos e é modular, com disciplinas organizadas em cinco grandes áreas: * História (H) * Conservação e Restauro do Património (CR) * Construção Tradicional (CT) * Estruturas (E) * Salvaguarda e Valorização do Património Construído (SV) Para aprovação na parte escolar o aluno deverá frequentar com aproveitamento um conjunto de módulos de modo a obter no total e em cada área um número mínimo de créditos. Para além dos créditos mínimos em cada área será aconselhado a reforçar a sua formação nas áreas que melhor complementem a sua formação de base. São ainda oferecidas no início duas disciplinas de “introdução”, que não contam para a estrutura de créditos: História de Portugal e Noções Gerais de Resistência de Materiais e Estruturas. A primeira tem sido sobretudo recomendada a licenciados em engenharia.

Objectivos

O curso visa a formação necessária para intervir em construções antigas, tanto edifícios como infra-estruturas e obras de arte e, também, nos espaços envolventes e centros históricos. A recuperação e a conservação das antigas construções requer uma complexa combinação de conhecimentos técnicos sobre como foram concebidas e construídas, sobre os materiais de que são feitas, como se deterioraram e podem ser recuperadas, até aos conhecimentos necessários para as reabilitar, reutilizar e manter. Mas também a capacidade para avaliar e apreciar os valores culturais, históricos e estéticos que encerram e de como gerir a sua salvaguarda e valorização. Apesar da condução de obras importar sobretudo a engenheiros e arquitectos, as intervenções nestas construções requerem o contributo de profissionais de diversas áreas (nomeadamente historiadores, arqueólogos e arquitectos paisagistas), conscientes da importância da inter-disciplinariedade e partilhando critérios comuns. Em Portugal, as actuais licenciaturas têm preparado engenheiros e arquitectos sobretudo para a obra nova, acompanhando o mercado da construção em que a recuperação e a manutenção é ainda (2003) um sector reduzido (7%) em comparação com a restante Europa em que, por exemplo no Reino Unido, chega a ser de 46 %. Esta situação reflecte, ou é causa, da desatenção ao património construído, que ou é abandonado e se arruina, ou é demolido e substituído por mais construção nova, espalhando-se pelo país as construções degradadas e os estaleiros. Mas há sinais de mudança, aumentando a consciência de que não é possível continuar nesta trajectória e, apesar da crise que o país atravessa, a componente do mercado da construção relativa à recuperação e manutenção do património construído vem crescendo, seguindo o panorama europeu. Importa que as universidades acompanhem esta mudança, formando técnicos para a recuperação e conservação do património construído. O presente mestrado foi criado na sequência dos cursos de pós-graduação em recuperação de edifícios e centros históricos que, desde 1985, o Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura do IST organiza, mas é também proposto pelo Departamento de Engenharia de Minas e Geo-recursos (que tem desenvolvido intenso trabalho de I&D na área da conservação e restauro de monumentos), e tem a colaboração do Departamento de Materiais O curso aprofunda colaborações existentes com professores de outras universidades (nomeadamente da Universidade Nova e da Universidade de Lisboa) e com o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), a Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), o Instituto Português de Conservação e Restauro (IPCR), o Instituto Português de Museus (IPM) e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e tem o especial apoio do Instituto Nacional de Habitação (INH). O Mestrado beneficia ainda da cooperação com instituições estrangeiras, nomeadamente com a universidade de Cáceres e o Consórcio para a Gestão do Património Monumental de Mérida.

Saídas Profissionais

O curso integra os grandes capítulos que complementam a formação a nível de licenciatura nas áreas da engenharia civil, da engenharia do território e da arquitectura, e abre possibilidades de especialização a licenciados noutras áreas da engenharia, nomeadamente em materiais, minas e geo-recursos, que tenham interesse em colaborar em trabalhos inter-disciplinares no domínio da recuperação e conservação de construções antigas. O curso pode também ser útil para complementar a formação de base de outros licenciados que trabalham na área do património e desejem aprofundar conhecimentos técnicos, em particular os arquitectos paisagistas e os arqueólogos que lidam com estruturas e espaços construídos. No que se refere ao mercado de trabalho, salienta-se a aptidão do curso para responder às necessidades de actualização permanente da capacidade técnica do pessoal das instituições que, na administração central e local, trabalham na área do património, e permite oferecer formação a técnicos de países detentores de património construído de origem portuguesa que importa salvaguardar.

Coordenadores

2006/2007
António Sousa Gago
antonio.gago@tecnico.ulisboa.pt
António Ressano Garcia Lamas
alamas@civil.ist.utl.pt

A informação contida nesta página é da responsabilidade da equipa de coordenação do curso.