Breve Introdução

Fruto da cooperação entre os Departamentos de Engª Informática e de Engª Electrotécnica e Computadores do IST, a LICENCIATURA EM ENGENHARIA DE REDES DE COMUNICAÇÃO E DE INFORMAÇÃO (LERCI) está centrada na convergência das Telecomunicações e da Informática. A evolução tecnológica no sector das Telecomunicações está, actualmente, dependente das facilidades oferecidas pelos sistemas informáticos. No sector da Informática, o desenvolvimento de aplicações tem cada vez mais em linha de conta as infra-estruturas de telecomunicações, quer fixas, quer móveis. O sector das Tecnologias de Comunicação e Informação (TCI), o sector mais dinâmico da economia europeia, experimenta actualmente um deficit de mão-de-obra especializada que ameaça atrasar o progresso para a denominada eEuropa. Com o suporte da Comissão Europeia, formou-se um consórcio, envolvendo 11 das maiores empresas europeias de TCI, com o objectivo de estudar soluções para resolver este problema. Uma das acções do consórcio Career Space (http://www.career-space.com/cdguide/index.htm) consistiu em definir, em conjunto com universidades europeias, um guia para o desenvolvimento dos currículos de cursos superiores que pudessem corresponder aos perfis e necessidades das empresas deste sector. Em sintonia com as recomendações do projecto Career Space, o IST decidiu lançar este curso que responde assim às reais necessidades do mercado, nomeadamente do tecido empresarial nos sectores das telecomunicações (fixas e móveis), da informática (incluindo a computação móvel), da banca e dos seguros e, em geral, dos serviços que envolvam computação e interligação com aplicações Internet, entre outros.

Historial

A revolução ocorrida na última década nas tecnologias de informação surge como um dos principais vectores de desenvolvimento sócio-económico a nível mundial. A convergência tecnológica dos sectores das Telecomunicações tradicionais e da Informática, potenciou o aparecimento, implantação e crescimento explosivo de novas redes, serviços de telecomunicações e aplicações informáticas associadas aos novos serviços. Talvez o exemplo presente mais paradigmático de tais desenvolvimentos seja a popularização da utilização da Internet, com acesso baseado nas mais variadas tecnologias, sendo objecto de particular destaque actualmente a tecnologia de acesso móvel e sem fios. Esta massificação tem imposto importantes investimentos, não só ao nível das infraestruturas, mas também ao nível do desenvolvimento de novas tecnologias e aplicações que permitam dar resposta a este mercado.

No nosso país, é patente o esforço desenvolvido neste sector económico estratégico, reflectido através da dinâmica que envolve a actividade empresarial relativa ao denominado sector das tecnologias de informação. Todavia, este esforço não tem vindo a ser acompanhado pela resposta do sector educativo em termos de formação de mão-de-obra especializada. As empresas portuguesas absorvem todos os poucos licenciados produzidos pelo muito pequeno número de licenciaturas centradas nesta área, sendo obrigadas a completar os seus quadros à custa da adaptação de engenheiros informáticos e electrotécnicos, apesar dos inerentes custos de formação profissional adequada.

De um ponto de vista puramente técnico, a evolução no sector das Telecomunicações está, actualmente, totalmente dependente das facilidades oferecidas pelas tecnologias digitais. Desta forma, as áreas das engenharias de telecomunicações, computadores e informática surgem de tal modo interligadas que se torna difícil definir uma fronteira clara entre elas. De facto, o estudo de um sistema de telecomunicações moderno requer necessariamente contribuições oriundas da teoria das telecomunicações e da ciência da computação.

Paralelamente, no sector da Informática, o desenvolvimento de novas e complexas aplicações tem cada vez mais em linha de conta as infraestruturas de telecomunicações, quer fixas, quer móveis. Os sistemas distribuídos, subjacentes às aplicações, tiram partido daquela infraestrutura, de forma a garantir novos serviços que se caracterizam essencialmente pela sua interligação e disponibilidade.

Em conclusão, quer em termos conjunturais de natureza social e económica, quer em termos técnicos, é imperioso dotar o País de especialistas profissionais nesta área, contribuindo muito significativamente para o aumento da oferta que está a ser actualmente produzida pelo sistema Universitário Português. Acresce que na estratégia multipolar do IST, consubstanciada pelo lançamento do Polo de Oeiras, é importante que se privilegiem os cursos vocacionados para actividades profissionais em franco desenvolvimento, dadas as necessidades nacionais, a elevada empregabilidade dos jovens licenciados e o previsível aumento de procura destas áreas por parte dos candidatos ao ensino superior e universitário.

Finalmente, a experiência acumulada pelo corpo docente do DEEC e do DEI e, sobretudo, as competências disponíveis nas áreas científicas necessárias permitem encarar com optimismo o lançamento de uma nova licenciatura de qualidade na área de redes de comunicação e de informação.

Objectivos

A LERCI tem por objectivo preparar profissionais capazes de lidar com os problemas inerentes à especificação, projecto, operação e manutenção de sistemas distribuídos complexos resultantes da interligação de plataformas computacionais e de redes de telecomunicações. Adicionalmente, a LERCI pretende para os seus licenciados o desenvolvimento de capacidades pessoais relevantes conjuntamente com uma sólida e moderna formação nos aspectos técnicos. A organização do funcionamento da licenciatura procura fomentar, durante o período de formação, uma cultura de profissionalismo, responsabilidade e eficiência na utilização dos recursos da escola.

Saídas Profissionais

O currículo da LERCI combina duas características fundamentais para a mais valia trazida aos seus licenciados. Em primeiro lugar, com a sólida formação conjunta nas áreas de base de Engenharia Informática e Electrotécnica, os futuros licenciados terão capacidade para responder à procura de especialistas de uma forma o mais alargada possível. Por outro lado, a especialização conferida pelo curso assegura, aos potenciais empregadores, que estes licenciados vêm com um enfoque diferente e complementar dos que até aqui têm sido produzidos pelo IST, com ênfase para as questões relativas à concretização de aplicações distribuídas sobre plataformas computacionais interligadas por redes de telecomunicações, tão relevantes para a realidade económica e social actual. Acresce que, com o pedido de acreditação da licenciatura junto da Ordem dos Engenheiros (OE), assim que entre em funcionamento o último ano do curso, e que se acredita bem sucedida dada a tradicional qualidade dos cursos de Engenharia do IST que a OE reconhece, os licenciados LERCI apresentarão uma garantia adicional junto dos futuros empregadores. Estas características enquadram-se num amplo leque de sectores, que vão desde o sector das telecomunicações (fixas e móveis), ao da informática (incluindo as tecnologias de Internet e de computação móvel), passando pelo importante sector dos serviços ? com realce para a banca, os seguros, o turismo e a cultura - e pelos sectores industrial, Administração Pública Central, Local e Regional. De um ponto de vista de classificação em perfis de empregos definidos em http://www.career-space.com/downloads/serv.htm é possível projectar as características de um Engenheiro de Redes, considerando as duas áreas de especialização, em 12 dos 18 perfis definidos, o que demonstra claramente a abrangência conseguida pela LERCI. Por outro lado, o foco na convergência da Engenharia Informática e Electrotécnica está claramente alinhada com os estudos efectuados pelo consórcio Career-Space (http://www.career-space.com/cdguide/serv2.htm).

Coordenadores

2006/2007
Luís Eduardo Teixeira Rodrigues
ler@tecnico.ulisboa.pt

A informação contida nesta página é da responsabilidade da equipa de coordenação do curso.