Plano Curricular

LA 2003 desde 2003

O plano curricular é composto por 6 areas de formação articuladas em torno do PROJECTO DE ARQUITECTURA

1. CIÊNCIAS BÁSICAS ( Física, Matemática I, Matemática II e Probabilidades e Estatística)

A formação na área das Ciências Básicas é considerada essencial para a compreensão e aplicação dos ?processos técnicos? necessários ao exercício da Arquitectura, embora não se defina como um objectivo em si mesmo. Visa o desenvolvimento de um espírito de rigor, de lógica e de explicação. Os conhecimentos adquiridos constituem um ?suporte? para a exploração dos problemas de índole técnica e tecnológica próprios da Arquitectura, que irão sendo apresentados em outras áreas nomeadamente urbanismo, física das construções, estruturas e tecnologias da informação. Enquanto formação de base, este ?suporte? permite o diálogo com os outros profissionais da construção e do planeamento e assegura a competência do arquitecto na coordenação de equipas de projectistas.

2. ESTRUTURAS (Estática, Resistência de Materiais, Geotecnia e Fundações, Análise do Comportamento Estrutural, Concepção e Dimensionamento de Estruturas) No domínio das Estruturas pretende-se que os alunos compreendam como se comportam as construções sob as acções que sobre elas incidem e como funcionam as diversas estruturas de suporte. Adquirem conhecimentos sobre os tipos de acções, sobre equilíbrio, estabilidade, sobre o comportamento mecânico dos materiais estruturais mais vulgares, sobre a resistência de elementos estruturais simples, sobre esforços a que podem estar sujeitos e sua quantificação. Estudam também o comportamento de sistemas estruturais simples, critérios de segurança e processos de dimensionamento dessas estruturas. Estes temas são abordados ao longo dos três primeiros anos do curso numa sequência de 5 disciplinas, iniciadas no segundo semestre do 1º ano, em continuidade com a disciplina de Física. As disciplinas constantes desta área destinam-se a dar aos alunos bases que lhes permitam abordar com confiança e criatividade a diversidade de soluções arquitectónicas possíveis e dialogar com eficácia e suficiente conhecimento técnico com os engenheiros de estruturas.

3. CONSTRUÇÃO (Materiais de Construção, Construção Tradicional, Física das Construções, Tecnologia da Construção, Edificações, Redes e Instalações I e II, Gestão da Construção e Conservação e Restauro)

A área da Construção está centrada nas edificações. Partindo do conhecimento dos materiais, privilegia as operações e as tecnologias da construção bem como a avaliação dos resultados. É constituída por um grupo de disciplinas que visam a aquisição de conhecimentos práticos de concretização da obra, tanto nos seus aspectos técnicos e materiais como nas vertentes económicas e processuais da sua realização.

4. CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS (História das Ideias e das Técnicas, História da Arte, História da Arquitectura I, História da Arquitectura II, Direito e Economia)

A formação nas Ciências Sociais e Humanas - com base na História , na Economia e no Direito, constitui o fundamento para a interpretação da função da Arquitectura como actividade portadora de significados e de responsabilidades sociais.

A presença, na Licenciatura em Arquitectura, de uma componente de ciências sociais e humanas centrada na História, vem não só reconhecer a dimensão social da prática profissional do arquitecto mas também contribuir para o alargamento dos horizontes culturais dos estudantes fornecendo-lhes instrumentos de raciocínio susceptíveis de propiciarem uma abordagem diacrónica e contextualizada da arquitectura e da sua inserção na sociedade. Reconhece ainda à história uma especial apetência para interrelacionar diferentes ramos do saber e, nesse sentido, o papel privilegiado que pode ter na formação em arquitectura, ela mesma uma disciplina que se assume como síntese de saberes.

Por outro lado a história, no contexto desta licenciatura, orienta-se essencialmente para uma história da organização do espaço, campo privilegiado de observação para estabelecer uma história da própria disciplina, considerando-se que o seu conhecimento constitui ferramenta essencial para alicerçar uma cultura arquitectónica, fundamento de uma prática informada e consciente.

5 AMBIENTE E URBANISMO (Geografia Física, Geografia Humana, Planeamento Regional e Urbano I e II, Infra Estruturas Urbanas, Paisagismo, Ambiente e Impactes, Ambiente Urbano e do Espaço Construído)

Considera-se fundamental para a formação do arquitecto o entendimento das sucessivas operações que concorrem para a configuração e transformação do espaço construído e o conhecimento das normas integrantes do discurso do planeamento e das preocupações ambientais.

A área de Ambiente e Urbanismo visa, apoiar a concepção e avaliação do projecto de arquitectura do ponto de vista da sua inserção territorial dotando o aluno de competências que lhe permitam:

- entender a lógica configurativa do espaço construído, adquirida através da leitura da sua expressão morfológica e da dinâmica socio-económica que determinou a sua produção e evolução;

- interpretar as formas fixadas pelo planeamento;

- identificar e caracterizar as diferentes morfologias que constituem o espaço urbano, avaliar a sua adequação às diferentes funções e a capacidade para suportar transformações urbanas;

- entender os aspectos técnicos relacionados com o traçado, localização e implantação das infra-estruturas e equipamentos urbanos e avaliar as suas implicações e condicionamentos para o planeamento e para a gestão urbanísticas.

6. SISTEMAS DE APOIO AO PROJECTO (Desenho I e II, Geometria Descritiva, Levantamento de Construções, Comunicação Visual, Topografia, Informática, Desenho Assistido por Computador e Sistemas de Informação Geográfica)

A área de formação - Sistemas de Apoio ao Projecto - inclui, como o próprio nome indica, disciplinas que, embora com um corpo autónomo de conhecimentos, habilitam os alunos com conceitos, técnicas e ferramentas de apoio à actividade de projecto, designadamente na representação das ideias e materialização das formas que se adquirem pela prática do desenho, da observação e do domínio dos sistemas actuais de informação. Considera-se decisiva a possibilidade de constituir nos alunos grande familiaridade com metodologias e ferramentas na área da modelação geométrica computacional. Sempre que possível, tal envolvimento assume um carácter laboratorial e de aplicação prática, de caracter marcadamente formativo.

PROJECTO DE ARQUITECTURA

De acordo com o currículo da licenciatura, entende-se as disciplinas de projecto de arquitectura fundamentalmente como simulação do exercício normal da profissão de Arquitecto, com particular ênfase nos aspectos de gestão do serviço que presta, em articulação com outras cadeiras quer recorrendo aos conhecimentos nelas transmitidos quer ao acompanhamento e comentário dos respectivos docentes e de projectistas conceituados.

Os programas das disciplinas que constituem a área de PROJECTO DE ARQUITECTURA situam-se em articulação e continuidade entre si, no que se refere aos métodos adoptados, à complexidade dos temas abordados e à progressão dos níveis de desenvolvimento a atingir em cada etapa. Os primeiros ocupam um semestre por cada tema enquanto os últimos ocupam todo o ano lectivo.

Nos dois primeiros anos, as disciplinas de introdução à arquitectura, projecto de arquitectura I, II e III respondem no leque curricular das disciplinas desta área a objectivos globais de aquisição de competências elementares necessárias à prática específica da Arquitectura. A par do aprofundamento dos aspectos relacionados com o enquadramento disciplinar ? conceitos, léxico e instrumentos - é feita uma iniciação, de forma gradual e contínua, à metodologia de projecto. Trata-se de desenvolver competências de natureza conceptual e instrumental, designadamente as capacidades de: (1) reflexão, pesquisa e auto-aprendizagem; (2) decisão através da avaliação e do reconhecimento da validade das soluções propostas; (3) registo, interpretação e transmissão de intenções conceptuais e formas tridimensionais. Ao nível do 1 ano, o ensino e a aprendizagem do projecto estão explicitamente orientados para a aquisição do domínio da tridimensionalidade, i.e., aprender a raciocinar em termos espaciais (3D), a visualizar e a comunicar formas e configurações espaciais. Considera-se que estas competências estão na base do exercício da Arquitectura, e como tal insistir-se-á fortemente nestes aspectos. Uma vez adquiridas, será possível confrontar o aluno com a complexidade do projecto de arquitectura e começar a construir pedagogicamente a atitude própria da abordagem dos problemas da Arquitectura. Na disciplina de introdução à arquitectura são desenvolvidos exercícios (de natureza abstracta) de manipulação dos elementos geradores da forma arquitectónica e de análise das relações de natureza sintáctica estabelecidas. Em projecto de arquitectura I é reduzida a componente abstracta dos exercícios por introdução de aspectos técnicos elementares de natureza funcional e construtiva.

No 2º ano - projecto de arquitectura II e III - o enfoque temático é dirigido para a compreensão da relação indissociável existente entre objecto arquitectónico, cidade e território. Os exercícios propostos promovem o estudo do objecto arquitectónico no âmbito de um contexto lato através da formalização do espaço, das componentes funcionais e da materialidade construtiva. A aproximação ao processo e procedimentos de trabalho em Arquitectura é feita pela explicitação das fases de análise, de produção e de comunicação do trabalho desenvolvido.

No 3º e 4º anos, as disciplinas de projecto de arquitectura IV, V, VI e VII respondem a objectivos de aquisição de competências técnicas fundamentais ao exercício da arquitectura. Trata-se de uma aproximação gradual a um ambiente profissionalizante e interdisciplinar pela identificação e compreensão dos graus de complexidade que se colocam ao longo das diferentes fases do desenvolvimento do projecto e de comunicação à obra; pelo entendimento e domínio de constrangimentos e exigências de ordem programática, funcional, compositiva e construtiva; e pela integração de uma grande variedade de especialidades. O desenvolvimento do projecto entende-se na sua totalidade, devendo, no 4º ano, ir até à fase de execução: orçamentação, preparação para a obra, e elaboração do processo administrativo adequado ao programa.

O projecto final é desenvolvido ao longo do 5º ano de modo a permitir o aprofundamento e a aplicação dos vários domínios de conhecimento adquiridos ao longo do "cursus" escolar. Trata-se da elaboração de projectos desenvolvidos em ambiente académico que, para além de visarem objectivos comuns a um trabalho profissional no sentido de propor soluções para problemas reais, devem promover a investigação e o desenvolvimento de soluções correctamente informadas em termos teóricos e técnicos. Em paralelo é ministrada a disciplina de desenho urbano na qual são fornecidas bases para a compreensão e entendimento do espaço urbano como estrutura física, organizada e construída capaz de suportar e garantir a coerência do projecto do edificado. O projecto final consiste na resolução de um problema que envolva a caracterização, o diagnóstico, a avaliação e o desenvolvimento de propostas até uma fase tão avançada quanto possível. Procura-se que os temas seleccionados correspondam a necessidades conhecidas e que os alunos trabalhem sob constrangimentos que simulem ambientes e situações próximas da vida profissional de modo a estimular a sua criatividade de forma responsável e a permitir a crítica do trabalho desenvolvido à luz da sua viabilidade, em termos conceptuais, programáticos e construtivos. A sua elaboração compreende trabalho em equipa e produção individual de modo a desenvolver capacidades de organização de trabalho com diferentes níveis de exigência e de partilha de informação. Pretende-se ainda que estes projectos dêem origem a protocolos de colaboração com especialistas e instituições bem como com outras escolas e centros de investigação de arquitectura.

O plano de estudos inclui disciplinas teóricas, práticas e de projecto. Esta organização reflecte a abordagem adoptada no IST na formação dos arquitectos.

As disciplinas teóricas e práticas estão integradas nas seis áreas de formação consideradas e são ministradas por docentes especialistas nas diferentes matérias e com conhecimentos adequados de aplicação prática dos procedimentos necessários à execução de objectos arquitectónico.

As disciplinas de projecto são leccionadas em ambiente de estudio e ministradas por docentes arquitectos com prática profissional reconhecida e qualificada. Incluem seminários, tutoria em grupo e apoio individual. Nos dois primeiros anos, os conteúdos ministrados respondem a objectivos globais de aquisição de competências elementares, de natureza conceptual e instrumental, necessárias à prática específica da Arquitectura. No 3º e 4º anos é feita uma aproximação gradual a um ambiente profissionalizante e interdisciplinar. No 5º ano é desenvolvido um PROJECTO FINAL que permite o aprofundamento e a aplicação dos vários domínios de conhecimento adquiridos. Trata-se da elaboração de projectos desenvolvidos em ambiente académico que, para além de visarem objectivos comuns a um trabalho profissional no sentido de propor soluções para problemas reais, promovem a investigação e o desenvolvimento de soluções correctamente informadas em termos teóricos e técnicos.


A informação contida nesta página é da responsabilidade da equipa de coordenação do curso.