Breve Introdução

O programa Doutoral em Engenharia Aeroespacial (DEAer) encontra-se estruturado no âmbito da formação de 3º Ciclo de Estudos de Ensino Superior estabelecido pelo Decreto de Lei 74/2006. 

 
Pretende-se assim que o futuro Doutorado em Engenharia Aeroespacial possa continuar a desenvolver, aprofundar e aplicar os seus conhecimentos derivados do seu trabalho de investigação, tornando-se uma mais valia importante para as instituições onde decorre a sua actividade.

Historial

O DEAer é o grau que se segue ao Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial (MEAer) e beneficia dos recursos humanos e materiais, e da sua ampla multidisciplinaridade, quer o aluno do DEAer venha do MEAer, quer venha de outro mestrado aceite pela C-DEAer. Qualquer que seja o mestrado frequentado pelo aluno do DEAer, é útil entender como o DEAer culmina o MEAer a que se segue:

1 . O bacharelato em Engenharia Aeroespacial, que corresponde aos 3 primeiros anos (semestres 1 a 6) do MEAer, consiste de um tronco comum que dá uma forte formação multidisciplinar físico-matemática aplicada aos fundamentos da electromecânica, habilitando o aluno a uma vasta gama de escolha no mestrado;

2 . Os primeiros 3 semestres do mestrado (semestre 7 a 9) permitem a escolha de 3 ramos cada com 2 perfis: (i) “Aeronaves”, mais próximo da Engenharia Mecânica, com os perfis de “Aerodinâmica e Propulsão” e “Estruturas e Materiais”: (ii) “Aviónica” mais próximo da Engenharia Electrotécnica e de Computadores, com os perfis de “Controlo e Computação” e “Electrónica e Telecomunicações”: (iii) “Espaço” que prossegue a formação electromecânica do tronco comum a nível mais avançado com os perfis de “Veículos e Missões” e “Modelação Multidisciplinar”;

3 . No âmbito do mestrado, além dos 3 ramos e 6 perfis, existem opções em 16 áreas de especialização: aeroespacial, aerodinâmica, propulsão, estruturas, materiais, fabrico, gestão, segurança, controlo, computação, electrónica, telecomunicações, sistemas electrónicos, inteligência artificial, e empreendedorismo.

4 . Qualquer das 16 áreas de especialização pode servir de base à tese de mestrado no 10º semestre que conclui o MEAer.

5 . A parte escolar do doutoramento e a tese de doutoramento podem:

- Ser elaboradas na sequência de uma ou mais das 16 especializações do MEAer, ou focar outra área;

- Ser elaboradas na sequência da tese de mestrado do MEAer ou abordar temática diferente;

- Basear-se no MEAer ou não, tendo como base outro mestrado de qualidade reconhecida, como engenharia mecânica, electrotécnica, informática, física, matemática.

Existe uma grande abertura na aceitação de temas para o DEAer tendo em conta que a Engenharia Aeroespacial é muito interdisciplinar, pelo que são relevantes uma vasta gama de tecnologias específicas e ainda mais a sua integração interdisciplinar; são os critérios fulcrais e indiscutíveis a qualidade científica, a originalidade da investigação e a relevância tecnológica.

Objectivos

O DEAer apoia-se numa parte académica com várias disciplinas no primeiro ano, que servem de preparação para o objectivo principal: elaboração nos 2 anos seguintes de uma tese de doutoramento, com a orientação de um supervisor (e também possivelmente co-supervisor); a tese é um trabalho original que represente um progresso significativo em relação ao estado actual do conhecimento na sua área científica e /ou tecnológica.

O objectivo do DEAer é a formação de investigadores na área de Engenharia Aeroespacial, de alta qualificação e capazes de um trabalho autónomo de investigação vocacionado quer para o ambiente universitário, quer para o ambiente empresarial.

Ao frequentar o DEAer o aluno de doutoramento poderá, de uma forma eficiente e rápida, adquirir conhecimentos fundamentais avançados na sua área de especialização e afins, permitindo um desenvolvimento consolidado dos trabalhos de investigação conducentes à elaboração da tese. Neste contexto, as disciplinas oferecidas no Curso de Doutoramento serão necessariamente de índole teórica, baseadas sobretudo em trabalho e estudo individual autónomo.


Destinatários

O DEAer destina-se a detentores de um grau de Licenciatura (5 anos) ou Mestre (Bolonha) em Engenharia Aeroespacial ou áreas afins.

O ingresso no DEAer requer um diploma de mestrado cujo conteúdo e qualidade sejam considerados como qualificação suficiente pela Comissão do Doutoramento em Engenharia Aeroespacial (C-DEAer). 

Há portanto duas vias de ingresso:
- O Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial (MEAer) concluído com uma média elevada (mínimo 14, desejável pelo menos 16) fornece a preparação adequada para o DEAer;

- Outro curso de mestrado, por exemplo Engenharia Mecânica ou Electrotécnica, com qualidade e classificação final suficientes, pode servir de ingresso ao DEAer.

Saídas Profissionais

Os detentores do grau de Doutor em Engenharia Aeroespacial poderão exercer a sua actividade em Instituições de Ensino Superior, Laboratórios de Investigação ou em Empresas.

Regime de Funcionamento

O DEAer pode ser realizado em colaboração com a indústria, serviços ou outra instituição de ensino superior, que pode ser representada por um co-supervisor; haverá sempre um supervisor do IST sendo a supervisão e tema aprovados pela C-DEAer.

A supervisão no IST pode ser por um professor da:

A – Área Científica de Mecânica Aplicada e Aeroespacial (ACMAA) que coordena o MEAer e DEAer;

B – Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) ou Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC) visto que o MEAer e DEAer são graus académicos interdepartamentais DEEC-DEM.

Data-se a seguir um pouco mais as duas opções de supervisão A e B.


A – Área científica de Mecânica Aplicada e Aeroespacial (ACMAA)

A ACMAA integra-se no DEM e coordena o MEAer no qual lecciona cerca de 20 disciplinas que são a espinha dorsal do curso e integra os contributos do DEM e DEEC. Essas disciplinas incluem.

- A dinâmica e estabilidade de voo atmosférico e espacial,

- As tecnologias específicas como a aeroacústica, aeroelasticidade, etc.

- Os diferentes tipos de veículos: aeroplanos, helicópteros, drones, satélites, etc…

- As questões operacionais como gestão do tráfego aéreo.

- A modelação multidisciplinar como a magnetohidrodinâmica, piezoelasticidade, e aerotermoquimicodinâmica.

A ACMAA está ligada ao Centro de Ciências e Tecnologias Aeronáuticas e Espaciais (CCTAE).

Entre as áreas de investigação do CCTAE, que apoiam o ensino da ACMAA, e fornecem temas para o DEAer, mencionam-se as seguintes:

1 – Aeroacústica

2 – Estruturas adaptativas;

3 – Dinâmica de voo em perturbações atmosféricas;

4 – Gestão de tráfego aéreo;

5 – Projecto aeronáutico multidisciplinar - emissões poluentes;

6 – Magnetohidrodinâmica e ambiente espacial;

7 – Novas configurações de aviões;

8 – Optimização de turbinas e sistemas propulsivos;

9 – Instrumentação de ensaios em voo.

10 – Helicópteros;

11 – Aeronaves robotizadas;

12 – Trajectórias de lançadores e satélites;

13 – Orbitas de satélites e trajectória de sondas espaciais:

14 – Física solar e da ionosfera terrestre;

15 – Astrofísica das estrelas e espaço interplanetário;

O grupo do CCTAE é um dos mais activos a nível mundial em aeroacústica. O CCTAE dispõe de:

- Um túnel aerodinâmico e aeroacústico;

- Um simulador de voo com 6 graus de liberdade;

- Acesso a ensaios em voo,

descritos no MEAer.


B - Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) e Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC)

Quase todas as áreas de investigação do DEEC e DEM são relevantes para a engenharia aeroespacial e incluem temas de grande importância que podem ser supervisionados por docentes desses departamentos. Devem ser consultados os dsítios do DEM e DEEC para informações mais detalhadas do que as que é possível incluir neste texto. Sem ter a pretensão de substituir os sítios do DEM e DEEC nem a de ser exaustivo indica-se 11 àreas de investigação de cada departamento que têm grandes aplicações em engenharia aeroespacial e são temas actuais para o DEAer:


Do DEEC:

- Controlo linear e não linear, óptimo, preditivo, híbrido e tolerante a falhas de lançadores e veículos aeroespaciais, incluindo satélites e “drones”;

- Gestão e planeamento de infraestruturas e trafego aéreo;

- Sistemas aviónicos;

- Sistemas de guiamento;

- Inteligência Artificial e Sistemas de Decisão

- Sistemas de Radar

- Telecomunicações

- Redes eléctricas e sistemas electromecânicos de aeronaves

- Sistemas de navegação

- Circuitos e sistemas electrónicos para aplicações Aeroespaçaciais

- Processamento de imagem e visão para aplicações aeroespaciais

 

Do DEM:

- Aerodinâmica dos escoamentos potenciais, viscosos e turbulentos subsónicos, transónicos, supersónicos e hipersónicos

- Propulsão incluindo turbinas a gás e motores de foguete

- Combustão e reacções químicas

- Fenómenos de transferência de calor e massa

- Dinâmica de estruturas leves e resistentes

- Materiais metálicos, compósitos e híbridos;

- resistência de materiais incluindo elasticidade, plasticidade e fractura

- Tecnologias e métodos de fabrico;

- Gestão da produção e logística;

- Controlo, automação e robótica;

- Manutenção, fiabilidade e segurança;

 

O DEAer como grau académico interdepartamental

O MEAer e DEAer são graus académicos interdepartamentais visto que se baseiam na colaboração de cerca de 170 docentes do DEM e DEEC e dão aos alunos acesso aos laboratórios de ambos os departamentos. Seria demasiado longo fazer a lista de áreas de investigação e laboratórios de apoio do DEEC e DEM. Cada um dos departamentos tem uma centena ou mais de docentes, 6 a 8 áreas científicas, mais de uma dezena de laboratórios, e está ligado a grandes centros de investigação, dos quais se refere 3 de cada.

- IDMEC – Instituto de Engenharia Mecânica (que inclui o CCTAE).

- LAETA – Laboratório Associado de Engenharia, Transportes e Aeronáutica (que inclui o IDMEC);

-  IN+ - Desenvolvimento Sustentado;

- ISR – Instituto de Sistemas e Robótica;

- IT – Instituto de Telecomunicações;

- INESC-ID – Instituto de Sistemas e Computadores - investigação e desenvimento.


O DEAer pode ser supervisionado por qualquer docente do DEM (da ACMAA ou não) ou do DEEC, e pode estar inserido nas actividades destes (ou outros) centros de investigação.


A C-DEAer aceita propostas conjuntas de aluno-supervisor em qualquer área relevante para a Engenharia Aeroespacial, especialmente temas interdisciplinares e de integração, sendo os critérios de aceitação qualidade, originalidade e relevância, independentemente de se insere na ACMAA, DEM ou DEEC ou qualquer dos centros e grupos de investigação associados.

Publicações Oficiais

2024-01-04 Despacho n.º 52/2024, DR n.º 3, II Série, de 04/01, Pág. 91 a 94
2023-11-27 [DGES] Registo de alteração n.º R/A-Ef 2135/2011/AL01
2023-10-30 [A3ES] Processo n.º PERA/2122/0306982 | Decisão do CA (acreditado por 4 anos, a partir de 31/07/2022)
2021-12-21 [A3ES] Processo n.º PERA/2122/0306982 | Apresentação do pedido
2017-06-07 [A3ES] Processo n.º ACEF/1314/0306982 | Decisão do CA (acreditado por 6 anos)
2013-12-27 [A3ES] Processo n.º ACEF/1314/0306982 | Guião para a auto-avaliação
2012-07-20 Despacho n.º 9872/2012, DR n.º 140, II Série, de 20/07, Pág. 25911 a 25913
2012-03-01 Despacho n.º 3091/2012, DR n.º 44, II Série, de 01/03, Pág. 7667 a 7669
2011-12-12 [A3ES] Processo n.º CEF/0910/06982 | Decisão do CA (acreditado preliminarmente)
2011-03-18 [DGES] Registo inicial n.º R/A-Ef 2135/2011
2010-03-25 [A3ES] Processo n.º CEF/0910/06982 | Caracterização do ciclo de estudos
2007-09-27 Despacho n.º 22637-BE/2007, DR n.º 187, II Série, de 27/09, Pág. 28356-(114) a 28356-(116)
2007-03-13 [DGES] Registo de adequação n.º R/B — AD — 229/2007

Coordenadores

2024/2025
Paulo Jorge Coelho Ramalho Oliveira
paulo.j.oliveira@tecnico.ulisboa.pt

A informação contida nesta página é da responsabilidade da equipa de coordenação do curso.